26 de set. de 2006

Seu nome já não importa.

Tenho a sensação de que os sonhos podem ser mais reais do que a própria realidade, às vezes.
Foi ontem, e eu abraçava calorosamente uma pessoa que não sinto o menor apreço. Melhor (sinceridade sempre foi meu problema) essa pessoa, que ontem estava entre meus braços em sonho, é o primeiríssimo lugar da lista dos meus desafetos.
No sonho alguém pedia desculpas para alguém, ou ele ou eu, não me lembro. O importante era o abraço, uma coisa quente, amorosa, de perdão, sem ressentimento, cheio de verdade.
E hoje acordei assim, com vontade de perdoar. Na verdade acordei pensando no porquê do ressentimento. E, sinceramente, não lembrei de nada.
Tá certo – mentiras e investidas desleais vão continuar existindo, e são reais. Mas quando acordei, daquele sonho, me senti igual ao meu desafeto. Igual mesmo. Em defeitos e qualidades. E não perdoei a ele, simplesmente voltei atrás, me revi e achei que devia me perdoar.
Uma pena, já tentei uma vez reaproximar-me, mas cheguei errado, escrevi inimizades, fui soberbo. Perdi minha chance.
Hoje só gostaria que ele pudesse ler isso, tentar entender.
E se for muito, que ele talvez e então sonhe.
E que tal abraço possa ser real, um dia desses.