Pronto, descobri: a vida poderia ser como os seriados americanos.
Foi ontem mesmo, assistindo a um episódio de The O.C. que cheguei a essa conclusão bombástica e revolucionária.
É mais ou menos assim: nos seriados tudo é muito rápido e os problemas que surgem são resovidos, pasmem, no mesmo episódio. Tá, tudo bem, existem outros problemas “sérios” (como “com qual dos dois pretendentes – ambos lindos, sempre - a mocinha deve ficar”) que duram toda uma temporada, mas a gente não liga, por que sabe que vão acabar sendo resolvidos, uma hora ou outra.
Nos seriados todo mundo é lindo, bem vestido, com dentes tipo comercial de creme dental. Empregadas, garçons, seja lá quem for, todo mundo está sempre com a pele impecável, os cabelos bem cortados e cheios de amor pra dar. Quero ver se morassem no Rio e tivessem que pegar o 474 lotado todo dia de manhã! Desafio qualquer gel ultra-fixador ou creme “descontrator de rugas” a aguentar essa parada...
Nos seriados todo mundo é super inteligente e sabe soltar uma piadinha ou trocadilho na hora exata. E as piadas são sempre muito criativas, muito bem colocadas e mesmo quando consideradas pesadas e ofensivas, são tratadas com muita naturalidade. Já vi gente sendo chamado de gordo, de bicha, de pão-duro e responder com um sorriso do tipo: “ok, sua piada foi muito inteligente”. Até a mais burrinha das gostosonas ou o mais infantil dos garotos sempre tem uma gracinha para ser feita, sempre.
Nos seriados, que inveja (!), ninguém nunca tem problema com grana. O advogado ganha bem, a corretora ganha bem, a escritora ganha fortunas e o vendedor de carros então! Ganha o suficiente pra passar toda um temporada sem trabalhar e ainda assim comprar casa nova, carro novo e viajar (de primeira classe, quando ele não tem seu próprio jatinho...) para a Polinésia. Aquela empregada do comercial de creme dental até já reclamou algumas vezes, mora na periferia, os filhos estudam em colégios públicos, mas ela está lá: maquiada, bem vestida, andando de táxi pra cima e pra baixo e, no final da temporada, ainda dá em cima do patrão! Quando ela já não tem um caso com ele, lógico...
Nos seriados, e essa é a melhor, ninguém fala ao mesmo tempo que outra pessoa. Nem nas discussões, nem nas conversas de bar, nem nas festas, nunca! Todo mundo, educadamente, espera o outro acabar de falar e em seguida, rapidamente, fala, e assim sucessivamente... E quando é uma discussão entre marido e mulher, por exemplo? Eles podem até estar gritando, mas fazem isso educamente, um após o outro! E no final alguém sempre sai convencido de que falou e demais e, isso é preocupante, sempre pede desculpas ao outro. Agora me fala: é ou não é o paraíso?
Foi ontem mesmo, assistindo a um episódio de The O.C. que cheguei a essa conclusão bombástica e revolucionária.
É mais ou menos assim: nos seriados tudo é muito rápido e os problemas que surgem são resovidos, pasmem, no mesmo episódio. Tá, tudo bem, existem outros problemas “sérios” (como “com qual dos dois pretendentes – ambos lindos, sempre - a mocinha deve ficar”) que duram toda uma temporada, mas a gente não liga, por que sabe que vão acabar sendo resolvidos, uma hora ou outra.
Nos seriados todo mundo é lindo, bem vestido, com dentes tipo comercial de creme dental. Empregadas, garçons, seja lá quem for, todo mundo está sempre com a pele impecável, os cabelos bem cortados e cheios de amor pra dar. Quero ver se morassem no Rio e tivessem que pegar o 474 lotado todo dia de manhã! Desafio qualquer gel ultra-fixador ou creme “descontrator de rugas” a aguentar essa parada...
Nos seriados todo mundo é super inteligente e sabe soltar uma piadinha ou trocadilho na hora exata. E as piadas são sempre muito criativas, muito bem colocadas e mesmo quando consideradas pesadas e ofensivas, são tratadas com muita naturalidade. Já vi gente sendo chamado de gordo, de bicha, de pão-duro e responder com um sorriso do tipo: “ok, sua piada foi muito inteligente”. Até a mais burrinha das gostosonas ou o mais infantil dos garotos sempre tem uma gracinha para ser feita, sempre.
Nos seriados, que inveja (!), ninguém nunca tem problema com grana. O advogado ganha bem, a corretora ganha bem, a escritora ganha fortunas e o vendedor de carros então! Ganha o suficiente pra passar toda um temporada sem trabalhar e ainda assim comprar casa nova, carro novo e viajar (de primeira classe, quando ele não tem seu próprio jatinho...) para a Polinésia. Aquela empregada do comercial de creme dental até já reclamou algumas vezes, mora na periferia, os filhos estudam em colégios públicos, mas ela está lá: maquiada, bem vestida, andando de táxi pra cima e pra baixo e, no final da temporada, ainda dá em cima do patrão! Quando ela já não tem um caso com ele, lógico...
Nos seriados, e essa é a melhor, ninguém fala ao mesmo tempo que outra pessoa. Nem nas discussões, nem nas conversas de bar, nem nas festas, nunca! Todo mundo, educadamente, espera o outro acabar de falar e em seguida, rapidamente, fala, e assim sucessivamente... E quando é uma discussão entre marido e mulher, por exemplo? Eles podem até estar gritando, mas fazem isso educamente, um após o outro! E no final alguém sempre sai convencido de que falou e demais e, isso é preocupante, sempre pede desculpas ao outro. Agora me fala: é ou não é o paraíso?
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