9 de jul. de 2008

Tic tac


onze e meia, manhã ainda.
invento, passo, repasso, agito.

F5, refresh, verificar e-mail
alt+tab pra ver outras páginas
outras vidas
mas eu volto
volto constantemente
estou sempre voltando
mas não encontro suas letras
elas não vêm
você não vem


onze e trinta e cinco, manhã ainda.
hoje não vou dar o primeiro passo


onze e trinta e sete.
três vezes.
o computador
o relógio
o celular
quanto tempo,
quantos tempos!
ainda nada.


no final,
não antes de nova tentativa,
insisto
invisto
desisto


meio dia, já tarde.
muito tarde.

Um comentário:

Renato Ziggy disse...

ah, quanta riqueza nos versos, nos significantes, na forma gostosa de retratar o tédio e o tempo! muito rico esse teu poema! bom demais voltar aqui... abraço!