8 de nov. de 2007

Aprendi com a minha mãe


Aprendi com a minha mãe.
Uma vez, enquanto eu ouvia Björk, ela pediu:
- Toni, abaixa isso um pouco, essa música me deixa confusa, não me faz bem.

Achei a justificativa dela tão simples e tão precisa que atendi logo. Atendi e entendi. Simples assim: não gosto porque não me faz bem.

Usei muito disso durante a graduação, quando resolvi fazer minha monografia sobre o funk carioca. “Você gosta disso”? Me perguntavam, geralmente apavorados, aqueles acadêmicos esquisitos. Gosto, muito. Gosto porque me faz bem, porque me agita, porque me balança, porque me diverte. Simples assim. E olha que nesse caso eu poderia ser bem mais complexo, falar das origens da música, de tudo o que há por trás, mas não. Eles que se entendam, aqueles acadêmicos.

Adoro as saídas simples que as pessoas têm para as coisas e situações que elas não querem ou não gostam de fazer ou passar.
Uma amiga do trabalho, intimada a atender um grupo de investidores japoneses, recusou-se terminantemente: “Gente, eu não tenho sapato pra lidar com esse tipo de gente”, justificou-se. Virou bordão.

É assim que me parece justo.

2 comentários:

:: Daniel :: disse...

É verdade. Eu poderia ter inúmeras razões pra explicar por que eu gosto de carnaval (e ainda tem gente que me pergunta isso...).

Eu ainda incorria no erro de explicar as razões -- infância perto da escola de samba, carnavais na frente da TV. Vou passar a dizer que me faz bem. E ponto.

Adorei o post!

Anônimo disse...

Se algu�m, acaso, me perguntasse:
"Ei, por que voc� gosta do Toni?"
Sem titubear, eu responderia:
"Ora, porque ele me faz muito
muito muito bem."

Toni, voc� tem id�ia de quanto o seu "Bar da Vida" � simples, preciso, pra sempre,
um precioso bem?

Beijo,
Ang�lica