21 de jan. de 2008

Eu sou meu próprio vilão!


Eu sou meu próprio vilão.


Foi ontem, e eu entendi.
Segundo o dicionário, indivíduo desprezível, torpe.
Mais ainda, geralmente o vilão é uma figura ardilosa, que utiliza suas habilidades com a intenção de prejudicar alguém, normalmente o protagonista.

Mas eu também sou protagonista nesta história.

Explico já...
Em toda história que se preze, é de praxe que, para ter um final aceitável aos olhos do publico, o vilão tenha seu plano arruinado de forma heróica pelo personagem principal.
E foi aí que entendi, eu sou mesmo o vilão da minha própria história, esse romance fajuto.
Explico mais! A mim não restou o final feliz, a mim restou apenas ter meus planos arruinados de forma heróica pelo personagem principal (nesse caso, eu mesmo também).
Difícil de entender?
Não mesmo.
Se eu fosse tão somente o mocinho, não ficaria eu com as honras e méritos de ter derrotado o vilão? Não ficaria eu gozando do final feliz? Do amor correspondido sem medida? Das falhas todas perdoadas? Dos deslizes todos esquecidos?
Mas não, amigos...
A mim restou a derrota, amarga derrota. E quem é derrotado no final? O vilão, obviamente. Entendem a confusão?

Talvez essa história é que tenha saído um tanto quanto difícil demais. Talvez não houvesse mesmo maneira de se chegar ao final feliz. Talvez os outros personagens tenham dificultado a atuação do mocinho, talvez até tenham facilitado a ação do vilão – eu, em ambos os casos.
Talvez tudo isso não seja um filme, talvez seja um seriado. Talvez essa ainda seja a terceira de seis temporadas. Talvez seja necessário aguardar, dar espaço para o crescimento de outros personagens.
Talvez esse seja mesmo um filme, daqueles modernos, mocinho e vilão trocando o tempo todo de papéis, final feliz que nada, surpresa geral na platéia!

Talvez, e essa me parece a alternativa mais sensata, tudo isso nem tenha chegado a virar filme mesmo. Talvez não passe de um roteiro bobo, escrito à duas mãos, esquecido numa estante qualquer, esperando alguém que saiba dar um desfecho digno. E com final feliz.

Um comentário:

J.Machado disse...

Pois é caro Toni.
Temos um mania de nos sabotar, somos ao mesmo tempo mocinho e bandido.
Pra mim, uma dualidade ainda incompreesível.
Vá saber!
Reconheço-me aqui também.
Gostei muito de seus comentários, os recortes principalmente.
Abração!