29 de out. de 2008

Reservado




quando vi eram só seus pés
e um par de tênis que só você sabe usar
quando percebi era um balé de sombras
e um cheiro de desejo no ar
quando venci meus medos era o toque
e um calor sentido com a ponta dos dedos
quando permiti era então a sua vez
e o toque que me deu seu calor

mas acabou ali mesmo
uma frieza de mámore entre nós
um carinho que não pôde ser gasto
um afago que nem houve
respiração que nem se sentiu

quando voltei eram suas palavras
e a precisão que brotava delas
quando propus,era minha a dúvida
e o seu certeiro e pontiagudo não
quando fui embora era só você
e milhões de pensamentos que não me deixavam
quando eu deixei aí já era noite
já era sono, já era sonho

bem como a gente propôs.


2 comentários:

Anônimo disse...

Um poema que se lê de um só fôlego, temendo o final, e quando chega traz um nó na garganta... lembra-nos coisas que um dia concordamos em realizar e ao ser feito nos deixou um gosto amargo na boca, uma trava no coração, uma dor difundida na alma...

Li outras postagens tuas e gostei, como AMORES, RESPIRE e NO ÔNIBUS (reencontraste a Vanessa?), entre outras. Gostei da tua escrita, leve, bem-humorada por vezes, outras poeticamente linda, expondo sentimentos e emoções que a gente sente verdadeiros. Existe um quê de sinceridade por aqui, que agrada e nos faz desejar voltar.

Deixo-te um raio de sol a brincar nos teus sonhos e um beijo no coração.

MosaicodeDeus disse...

Vc voltou ...e com força. Adoro estar por aqui!

beijos,
Lê.