6 de nov. de 2008

Mr. Clumsy

(Fonte imagem: Google)

Desde menino eu sempre fui mega atrapalhado.

Minha mãe dizia que era por eu ser canhoto, mas nunca acreditei muito nisso.


Já me estabaquei no chão nas Barcas, já perguntei de quantos meses estava uma mulher que só era gordinha, já falei mal de irmão de amigo pro próprio amigo, já entrei em carro errado esperando carona, já fui pra festa errada e só percebi duas horas depois, já quase quebrei a roleta do metrô porque ela, estranhamente, não aceitava o crachá da minha empresa, já comi em pizzaria chulé jurando que estava na Pizzaria Guanabara e já quase coloquei shoyo no suco de uva.

E eu ainda tenho outro defeito: esqueço o nome de tudo. Pessoas, lugares, músicas, filme. Meu telefone então, esse eu nunca sei.

Eu achava que com o tempo isso ia melhorar, mas não aconteceu. Pelo contrário, acho que só piora. Agora tô errando até as palavras: em vez de dizer o portão tá fechado, digo o “fechão tá portado”. E nem percebo!


Aí fui falar com a proprietária do meu apartamento que eu queria tirar o buffet do banheiro porque ele não servia pra nada, só ocupava espaço. Ela não entendeu, e eu tive que explicar: buffet, aquele negócio tipo vaso sanitário que a gente lava a bunda... Ela perguntou: bidê?

Era.

Era bidê.


Outra coisa muito maluca é a minha relação visão/audição. O problema é que tenho 5 graus de miopia e não vivo sem lentes de contato, nunca. E aí, quando eu tiro as lentes pra dormir ou pra qualquer outra coisa, além de cego eu fico completamente surdo. Vai entender...

Minha terapeuta diz que é porque o meu cérebro sempre está a mil por hora e aí eu não dou conta de verbalizar tudo, o que acaba causando essa tempestade verborrágica. Mas não sei não, ando meio desconfiado dela. Acho que é porque até hoje não sei se ela chama Andréia ou Adriana, sempre confundo esses nomes.


Um amigo natureba falou que eu devia comer mais banana, por conta do potássio, ia ajudar com as tais sinapses e tal, e que isso melhoraria a memória. Mas aí eu fui até o mercado e comprei uma dúzia delas. Só que comprei maçãs, eu jurava que era isso que meu amigo tinha recomendado...


Confesso que já tô me acostumando com essa loucura toda. E ando desenvolvendo técnicas ótimas pra não errar mais. Quando anoto um nome no celular, por exemplo, sempre coloco uma referência pra não confundir. Assim: André amigo Eduardo. Mas quem é Eduardo mesmo, meu Deus?!?!

E como não tem jeito, nem remédio, vou levando a vida assim mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não li todos os textos. Mas, dos que eu li, este é o melhor disparado. Morri de rir. Que saudade das conversas bobas do Cederj (Aliás, o que é Cederj mesmo? rsrsrs)

Texto ótimo. Engraçadíssimo. Você está escrevendo melhor, com um estilo mais marcado (entenda isso como quiser rs).

Beijos, Amigo.
(Ah... eu sou a Solange, amiga da Letícia. Lembra?)